Um dos textos citados pelo e.politics é do Washington Post, que tem dezenas de informações fascinantes sobre como a internet acaba de criar uma nova forma de política, a "clicocracia" (uma brincadeira com o “clique” que todos produzimos no mouse). O Post entrevistou para a reportagem o jovem Joe Rospars, de 27 anos, diretor de nova mídia da campanha vitoriosa de Obama.
Eis alguns dados gerais:
Durante a campanha, mais de 7.000 mensagens padronizadas foram redigidas e enviadas por e-mail. As mensagens eram destinadas a grupos específicos de eleitores cadastrados, sobretudo para pedir mais doações. Quem já havia doado menos de US$ 200 recebia um tipo de e-mail. Quem já havia contribuído com mais de US$ 1.000, era alvo de um outro tipo de texto.
Mais de 1 bilhão (!!) de e-mails foram enviados pela campanha de Obama.
Como comparação, Obama teve 13 milhões de e-mails cadastrados. Há pouco mais de 4 anos, o democrata John F. Kerry teve 3 millhões de e-mails em sua lista. Outro democrata campeão de internet, o ex-governador de Vermont Howard Dean usava uma lista com apenas 600 mil e-mails.
Um milhão de pessoas se cadastrou para receber no celular torpedos de Obama com notícias da campanha. Considere aqui um dado fundamental: nos EUA, paga-se para mandar e para receber mensagens de texto (no Brasil, só para enviar).
As comunidades criadas nos sites de relacionamento produziram fatos na vida real: 200 mil eventos foram realizados pelos voluntários em todo o país durante a campanha de Obama.
Foram criados 35 mil grupos de voluntários pró-Obama pelo país. Desses, cerca de 1 mil no dia em que o democrata anunciou sua candidatura a presidente, em 10 de fevereiro de 2007 (pela internet, claro).
Nos últimos 4 dias de campanha, 3 milhões de telefonemas foram realizados pelos voluntários.
Esses números todos falam por si.
E no Brasil? Quantos políticos estão se preparando para fazer algo parecido em 2010 nas campanhas presidenciais, para governos estaduais etc.? Quantos candidatos têm uma equipe com garotos de 20 e poucos anos pensando em como se deve fazer política neste início de século 21? Sim, claro, aqui há menos pessoas com acesso à web. OK. Mas o número cresce de maneira espantosa. Política, interação e internet são indissociáveis.
Palpite do blog: os políticos brasileiros que se dedicarem para valer (não fazendo sites estáticos e mixurucos), desde já, a desenvolver uma estratégia bem feita para a internet terão uma vantagem comparativa não desprezível em 2010.